GIST
GIST é um tipo raro de tumor (0,1 – 0,3% dos casos) do trato gastrointestinal (GI). São definidos como tumores mesenquimatosos de células fusiformes, epitelioídes ou pleomórficas do trato gastrointestinal que expressam a proteína KIT. A definição de GIST engloba ainda os Schwanomas e os neurofibromas. Os GIST têm muitas similaridades morfológicas e imunofenotípicas com as células intersticiais de Cajal, que são as células marca-passo do intestino, responsáveis pela sua movimentação.
A maioria dos GISTs são benignos 70 – 80%; podem desenvolver-se no estômago (70%) ou no intestino delgado (20% - 40%) e uma pequena porcentagem desenvolve-se em outros pontos ao longo do trato GI (esôfago, colón e reto).
A dificuldade em diagnosticar e tratar GIST reside no fato de freqüentemente não apresentar sintomas físicos.
Em alguns casos, podem apresentar sangramento, dor abdominal, massa palpável ou até obstrução intestinal.
No início de seu desenvolvimento, os tumores GISTs permanecem em uma única área, como o estômago, por exemplo. Os GISTs que permanecem na sua localização de origem denominam-se tumores localizados. Entretanto, quando os GISTs avançam, podem se espalhar para outras partes do corpo. Quando um GIST se espalha, torna-se um tumor metastático.
Qual é a causa?
Considera-se que uma das principais causas de GIST seja o mau funcionamento de uma proteína denominada c-kit.
As células normais têm um período de vida limitado. A proteína c-kit localiza-se na superfície das células normais e envia um sinal para o interior das células para que cresçam e se multipliquem somente o necessário. Quando a proteína c-kit se torna anormal, este sinal fica permanentemente ativo, as células tornam-se cancerosas, continuando a crescer e a se multiplicar indefinidamente. As células GIST cancerosas têmuma “vantagem” em termos de sobrevida: elas crescem e se multiplicam mais depressa do que as células ao seu redor, além de viverem mais. Quanto mais tempo as células cancerosas permanecerem vivas, maior o seu potencial de se tornarem perigosas e sua probabilidade de se espalharem para outras partes do corpo.
O diagnóstico
Durante a última década o número de exames diagnósticos como a tomografia e a endoscopia digestiva alta, solicitados por médicos, vem aumentando consideravelmente. Ao mesmo tempo, a possibilidade de diagnosticar uma enfermidade relativamente rara aumenta proporcionalmente, o que poderá no futuro ter repercussões na incidência deste tipo de tumor.
Nos últimos anos, muitos debates vêm sendo realizados sobre a nomenclatura, origem celular, diagnóstico e prognóstico do GIST. Devido a sua similaridade com o tumor do músculo liso, muitos foram confundidos com tumores deste tecido, porém, com o advento da microscopia eletrônica e principalmente, da imunohistoquímica, grandes mudanças ocorreram. No GIST, há uma mutação específica no c-kit que, se estiver ativa, desperta o crescimento das células do tumor Gist.
Formas de tratamento
A cirurgia costuma ser o tratamento de escolha. Enquanto que o tratamento radioterápico e quimioterápico não apresentam bons resultados. Porém, muitos tumores não podem ser removidos cirurgicamente devido ao tamanho ou a disseminação a outras partes do corpo (metástases).
Nos casos de GIST não-operáveis e/ ou metastáticos, o tratamento é realizado com uma droga que age bloqueando a ação da proteína KIT, inibindo desta maneira o crescimento deste tumor.