Câncer do endométrio
O câncer endometrial ou do endométrio, atualmente, é considerado a sexta neoplasia maligna da mulher, superada pelas neoplasias do colo uterino, pele, mama, intestino grosso e estômago.De todos os tumores da genitália feminina, 11% são do corpo uterino e destes, 90% são representados pelo câncer do endométrio. Sua maior incidência é entre os 55 e 65 anos de idade e seu aparecimento é mais comum em mulheres brancas, obesas, na pós-menopausa, de baixa paridade e com menopausa tardia.
São considerados fatores de risco para o carcinoma endometrial:
- Estrógenos exógenos
- Estrógenos endógenos
- Nuliparidade
- Dieta rica em gordura
- Obesidade
- Diabetes
- Hipertensão
- Terapia com tamoxifeno
A ação estrogênica persistente é o fator fundamental na gênese da hiperplasia e do carcinoma endometrial, ficando mais evidente e perigosa na pós-menopausa porque nesta fase, o estrogênio estimula a ação proliferativa do endométrio sem a oposição da progesterona. A hiperplasia endometrial é conseqüência do desequilíbrio estro-progestínico endógeno ou exógeno e da maior receptividade do endométrio a esses esteróides. Há evidências de que o adenocarcinoma seja freqüentemente precedido ou associado com a hiperplasia, em particular a atípica, no entanto o número de mulheres com hiperplasia que progride para câncer de endométrio é baixo, variando de 15 a 30%.
Diagnóstico de carcinoma endometrial e suas lesões precursoras
O câncer endometrial causa sangramento uterino anormal como primeiro sintoma em 90% dos casos, tornando relativamente simples sua detecção precoce. De fato, em 75% dos casos o diagnóstico é feito no estádio I da doença. Entretanto menos de 10% das mulheres com sangramento da pós-menopausa apresentam câncer do endométrio. Recentemente novos métodos e técnicas foram desenvolvidos para detecção precoce do câncer endometrial como a ultra-sonografia transvaginal, citologia endometrial, biópsia do endométrio e histeroscopia. A ultra-sonografia e a citologia podem ser consideradas como método de investigação, enquanto as associações da histeroscopia com a biópsia compõem o método de escolha para as pacientes sintomáticas. A utilização destes dois últimos recursos permite eliminar a curetagem uterina como opção diagnóstica em 95% dos casos de carcinoma; vale lembrar que em 60% das curetagens uterinas semióticas obtém-se apenas uma amostragem de 50% do endométrio e, desta forma, 10 a 35% das lesões deixam de ser diagnosticadas.
O tratamento de pacientes com câncer de endométrio é cirúrgico e inclui a retirada do útero e ovários, em alguns casos é realizada a lifadenectomia pélvica. As pacientes com contra-indicação cirúrgica são tratadas com radioterapia. Nos casos mais avançados, a quimioterapia e a progestogenioterapia têm sido empregadas.